Reunião virtual com representantes de Banzaê encerra primeira rodada de articulação com parceiros do Ater Mulher
Por Lílian Symaia* – Atendendo a reivindicações de movimentos sociais, cujas demandas foram sinalizadas pelas mulheres rurais na Conferência de Assistência e Extensão Rural, realizada na Bahia em 2016, e nos Planos Territoriais de Desenvolvimento Sustentável, o Governo da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e Bahiater, criou um projeto de Assistência Técnica e de Extensão Rural, com foco nas mulheres rurais. O Ater Mulher foi possível, através da Chamada Pública Ater para Mulheres Rurais SDR/Bahiater Nº 002/2018, e visa melhorar as condições de vida das mulheres do campo, ofertando um serviço qualificado, que incorpore a agroecologia e trabalhe a sustentabilidade das Unidades Produtivas Familiares (UPF).
No território do Semiárido Nordeste II, a execução do projeto ficou sob a responsabilidade da Associação Regional de Convivência Apropriada (ARCAS), vencedora da chamada pública. O Ater Mulher atuará em seis municípios do Território Semiárido Nordeste II: Banzaê, Cícero Dantas, Cipó, Heliópolis, Jeremoabo e Ribeira do Pombal, e será executado através de uma equipe formada exclusivamente por mulheres. A fim de apresentar o projeto, bem como articular parcerias para fortalecer os resultados do Ater Mulher nos municípios contemplados, a equipe realizou reuniões virtuais durante toda a semana. Na sexta-feira, 29, a primeira roda de atividade com parceiros foi encerrada com Banzaê. Além de representantes de órgãos governamentais, participaram da programação lideranças políticas e comunitárias. Na oportunidade, o Presidente da Arcas, José dos Santos Neto, conhecido como Zé Pequeno, disse que o Ater Mulher é um projeto inovador que quer somar com outras iniciativas. “Queremos fazer mais pelas famílias, pelas mulheres desses municípios. A Arcas está sempre à disposição para trabalhar juntos com parcerias que também pensam em ações que deem visibilidade às mulheres rurais, que coloquem a mulher do campo como protagonista. Queremos estimular a igualdade entre homens e mulheres, reconhecendo as habilidades e capacidades das mulheres para atuarem nos processos produtivos”.
A técnica de acompanhamento no município de Banzaê é Joseane Dantas. Durante a atividade, Joseane destacou que todos os cuidados contra a contaminação do novo Coronavírus serão garantidos quando se fizer necessária a vista às comunidades. Ela também reforçou a importância das parcerias para o Ater Mulher. “Existem dados que afirmam que na agricultura familiar apenas 30% das mulheres tem acesso à terra em nome delas; apenas 10% tiveram acesso a crédito e apenas 5% à Assistência técnica. Serão 90 famílias assistidas em cada município. Temos nas mãos a oportunidade de mudar dados. Ao final de três anos de execução prevista do projeto, queremos que as comunidades sejam transformadas e contamos com as parcerias para maximizar esses resultados”.
Na avaliação dos participantes, o encontro foi importante e esclarecedor. Pessoas como dona Edneuza Macedo de Jesus, do quilombo Maria Preta, apostam nos resultados que o projeto pretende alcançar. “Estou muito feliz por minha comunidade ser contemplada por esse projeto. Trará muitas coisas boas para gente. Nossa expectativa é muito grande no sentido de que esse projeto nos fortaleça ainda mais”.
A equipe Ater Mulher Semiárido Nordeste II está assim composta: Thaís Nascimento Meneses (Coordenadora Geral); Helaine Benevides do Nascimento (Coordenadora Pedagógca); Fernanda Silva Oliveira (Administrativo); Joseane Dantas de Santana (Técnica de Banzaê); Lucicleide Dantas de Santana (Técnica de Cipó); Maria de Fátima Santana Cruz (Técnica de Ribeira do Pombal); Maria de Jesus Andrade (Técnica de Cícero Dantas); Stela Lima do Nascimento Jesus (Técnica de Jeremoabo); Valéria Rodrigues Souza (Técnica de Heliópolis); e Lílian Symaia Lima Silva (Comunicadora). O projeto é executado através da Arcas, que tem como Presidente José dos Santos Neto.