MELIPONICULTURA: INTERCÂMBIO DESTACA PRESERVAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO EM HELIÓPOLIS

A criação de abelhas sem ferrão foi o foco de um intercâmbio realizado ontem, dia 14, na Fazenda Ouricuri, situada no município de Heliópolis. Esta iniciativa faz parte do Projeto Resgate e Preservação de Abelhas Nativas da Caatinga – Abelhas sem Ferrão, liderado por Manoel Barbosa, colaborador da Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (ARCAS) e técnico do Projeto Ater Bioma Caatinga. O projeto foi um dos dez selecionados no Brasil pelo LAB Jovens 2023, programa financiado pela Embaixada da França em parceria com o Fundo Casa Socioambiental.

Manoel Barbosa, mentor do projeto, expressou sua gratidão por ter sido selecionado pelo LAB Jovens 2023 e enfatizou a importância da oficina que destacou a preservação e o resgate das abelhas sem ferrão nativas da caatinga. “Estivemos na propriedade de seu Jailton, onde demonstramos como criar abelhas sem ferrão e beneficiar o mel, além de utilizar o pólen.”

Seu Jailton Garcia Jacob, responsável por conduzir o intercâmbio sobre abelhas sem ferrão, compartilhou sua vasta experiência desde 2004. Ele enfatizou o papel essencial das abelhas sem ferrão nos ecossistemas naturais, contribuindo para a conservação de espécies vegetais, a manutenção da biodiversidade e a restauração de ecossistemas degradados. “Comecei na apicultura em 2004. As pessoas pensavam apenas no mel e esqueciam da importância da preservação.”

Luciano Jesus Batista, representante da Tribo ASF Meliponário, destacou a relevância da educação ambiental e da conservação das abelhas nativas: “A Tribo ASF Meliponário nasceu com o propósito de integrar a educação ambiental com a preservação das abelhas nativas. Estamos apoiando Manoel nesta jornada de ampliação e preservação das abelhas nativas, contribuindo com nossa experiência e buscando novos métodos.”

Entre as práticas, ocorreram divisão de enxames, captura de enxames em cortiço de madeira, extração do mel, compartimentos das caixinhas, ninho, sobreninho e melgueira e  técnicas  do manejo correto na divisão das colmeias.

O intercâmbio na Fazenda Ouricuri não apenas fortaleceu o conhecimento em meliponicultura, mas também reforçou o compromisso com a preservação ambiental no semiárido brasileiro. Com a colaboração de entidades como ARCAS, COAPIS, Tribo ASF Meliponário e Meliponário Doce Meninas, a iniciativa continua a crescer, expandindo o entendimento e a conscientização sobre a importância das abelhas nativas para o ecossistema local. Participaram das atividades representantes dos municípios de Sítio do Quinto, Banzaê, Ribeira do Pombal, Nova Soure, Jeremoabo, Novo Triunfo, além de Heliópolis e Cícero Dantas. Pela ARCAS, participaram os técnicos Lucas de Jesus, Josefa Rosângela Barbosa e Gilvan de Sousa Sobral e pela COAPIS, Antônio Viana de Souza.

O evento destacou não apenas as práticas sustentáveis de criação de abelhas sem ferrão, mas também a necessidade urgente de preservação desses importantes agentes polinizadores na região da caatinga. Com esforços colaborativos e educativos, a meliponicultura se firma como uma ferramenta crucial para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável no semiárido nordestino.

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