JEREMOABO: AGRICULTORAS DO SEMIÁRIDO NORDESTE II INOVAM COM FRUTAS NATIVAS E ATRAEM ATENÇÃO INTERNACIONAL

JEREMOABO: AGRICULTORAS DO SEMIÁRIDO NORDESTE II INOVAM COM FRUTAS NATIVAS E ATRAEM ATENÇÃO INTERNACIONAL.

O Grupo Nativas Nordestinas está ganhando o mundo com delicias produzidas a partir de frutos e frutas da Caatinga

No Semiárido Nordeste II, especificamente no Povoado de Várzea Grande, no município de Jeremoabo, a 386 quilômetros de Salvador, um coletivo de agricultoras acreditou e está investindo no potencial e no sabor de alguns frutos e frutas nativos da Caatinga. O umbu, o licuri, a palma, o araticum, a cabeça de frade, o murici, entre outros, passaram a fazer parte de receitas deliciosas, que estão conquistando os consumidores locais e estrangeiros. No último dia 15 de abril, um grupo de italianos esteve na Várzea Grande, onde visitou a sede de beneficiamento de frutas da caatinga. A construção desse espaço, que está em sua segunda etapa, está sendo possível graças ao investimento de benfeitores da Itália, que já doaram aproximadamente R$ 130 mil para infraestrutura e equipamentos. Essa é a terceira vez que italianos visitam o local e se encantam com as delícias produzidas com frutas e frutos da caatinga.

A produção sustentável na Caatinga não apenas contribui para a preservação e recuperação desse importante bioma, mas também se revela como uma fonte de renda para diversas famílias. Ana Maria, uma das participantes do Grupo Nativas Nordestinas, destaca que o grupo não imaginava o alcance e a valorização que seus produtos conquistariam, evidenciando a força da inovação gastronômica e do conhecimento tradicional presentes na região.

A irmã Gabriela, que desenvolve um trabalho pastoral e social importante na região e que acompanha os italianos no Brasil, destacou a importância da visita do grupo a Jeremoabo. “Eu acho que é importantíssimo trazer o povo para de perto constatar como é possível transformar uma situação que parecia impossível e melhorar como esse grupo de mulheres que têm uma fé firme, que acreditou no projeto e que transforma o que colhe da roça em alimento gostoso e diferenciado. Temos que multiplicar esses pequenos sinais de Deus, de convivência”.

O Grupo Nativas Nordestinas surgiu em 2016 e ganhou força, engajamento e notoriedade a partir de sua participação no Ater para Mulheres Rurais, projeto financiado pelo Governo da Bahia, através da SDR/Bahiater, e executado pela Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (ARCAS). Durante três anos de projeto, o grupo recebeu algumas capacitações, a exemplo de empreendedorismo feminino e foi incentivado a participar de diversos eventos e feiras da agricultura familiar; inclusive o investimento italiano surgiu a partir da parceria com a ARCAS. “Nós da ARCAS estamos muito felizes em estarmos aqui hoje, nessa visita dos italianos que estão financiando a construção da sede de beneficiamento das frutas da caatinga a partir de um trabalho que a ARCAS desenvolvia nessa comunidade com o Projeto Ater para Mulheres Rurais. A aplicação desse valor doado pelos italianos de R$ 130 mil foi executada em duas etapas: a primeira na construção de uma sala de beneficiamento e outra de higienização e na segunda etapa de banheiro, muro e compra de equipamentos”, destacou o Presidente da ARCAS, José dos Santos Neto, conhecido como Zé Pequeno.

Adriana Sá, que é colaboradora da ARCAS, foi uma das coordenadoras do Ater para Mulheres Rurais. Ela não esconde sua alegria em poder compartilhar as conquistas com as Nativas Nordestinas. “Essa iniciativa destaca não apenas a valorização dos recursos naturais do Semiárido Nordeste II, mas também o empoderamento das mulheres rurais que encontraram na inovação gastronômica uma forma sustentável de desenvolvimento local. O Grupo Nativas Nordestinas é um exemplo inspirador de como o conhecimento tradicional aliado ao empreendedorismo pode gerar impacto positivo na comunidade e atrair reconhecimento internacional para as riquezas da região.”.

Apesar do projeto Ater para Mulheres Rurais ter finalizado, a ARCAS continua de mãos dadas com o grupo de mulheres fornecendo toda instrumentalização para consecução de Selo junto aos órgãos de vigilância sanitária, rótulo e condições melhores para comercialização do produto.

Em agosto, as Nativas Nordestinas receberão mais um grupo de italianos.

 Por um Semiárido Mais vivo e Justo!

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