CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA PARTICIPATIVA É TEMA DE SEMINÁRIO DA ARCAS

Entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, foi realizada, na sede da ARCAS, no município de Cícero Dantas, o Seminário Temático :Certificação Orgânica Participativa no diálogo com a ATER que reuniu aproximadamente 100 participantes de diversos municípios do Território do Semiárido Nordeste II.
Durante o seminário, foram discutidos temas relacionados à certificação orgânica participativa, processos e critérios para obtenção do selo orgânico, as práticas de manejo sustentável e a importância da agricultura familiar de base agroecologica que produz alimentos saudáveis.


O seminário promoveu um espaço de debates, trocas de experiências e aprendizagens com facilitadores especialistas na área de certificação orgânica. O objetivo do seminário foi promover essa reflexão e capacitação com os agricultores/as e traçar caminhos para obtenção da certificação orgânica participativa, um sistema em que os próprios agricultores/as avaliam e certificam uns aos outros, de forma colaborativa e com base em critérios coletivamente estabelecidos e orientados pelo Mapa. “A certificação orgânica é um passo importante no reconhecimento das famílias agricultoras que adotam práticas agroecológicas e sustentáveis, agrega valor aos produtos e possibilita o acesso a novos mercados. Além disso, contribui para biodiversidade e dos bens comuns de modo a promover saúde dos que produzem e dos que consumem, que têm a garantia de estar adquirindo alimentos livres de agrotóxicos e de origem sustentável”, destacou a Coordenadora de Projetos da ARCAS, Adriana Sá.

Como parte da programação foi realizada uma roda de conversa sobre as “Estratégias participativas de conservação e uso de sementes ou variedades crioulas na produção orgânica e agroecológica”, ministrada por Aldete Fonseca, doutora em Genética e Melhoramento de Plantas, e membro da equipe técnica do Escritório Estadual do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar na Bahia.
Dentro do seminário aconteceu a I oficina de Socialização de criação do Pré-Núcleo e socialização da experiência do Núcleo Raízes do Sertão, facilitada pelas agricultoras certificadas Carla de Andrade e Paula Ferreira


Outro encaminhamentos do seminário foi a construção de Plano de Ação do Pré-núcleo do Território Semiárido Nordeste II que terá o nome Sementes Vivas. Paula Ferreira explicou que, como membro da Rede de Agroecologia dos Povos da Mata, no processo de Certificação Participativa a ideia é ampliar as relações dessa Certificação nos territórios da Bahia. “Hoje, estamos em 19 territórios e agora chegando aqui na possibilidade da consolidação do pré-núcleo no Semiárido Norderste II. Para gente é importante porque a gente entende que o trabalho da Certificação Participativa vai além da certificação por auditoria, tanto no que tange nas relações com a agroecologia quanto aos custos para o agricultor. A nossa certificação é feita por nós. A esperança é de que daqui a seis meses tenhamos mais um pré-núcleo consolidado, mais agricultores certificados dentro desse sistema garantindo que os nossos agricultores possam gerar riqueza e qualidade de vida”.
Carla de Andrade complementou explicando que a certificação vem para incrementar a produção e comercialização do agricultor. “Nossos agricultores já têm práticas agroecológicas, mas na maioria das vezes não tem a comprovação de que sua produção é agroecológica. “.


Ao final do evento, os participantes destacaram a importância do diálogo entre os agricultores/as e a assistência técnica e extensão rural para o sucesso da certificação orgânica participativa. Além disso, foi ressaltado o papel fundamental da certificação orgânica na valorização dos produtos agrícolas, na preservação do meio ambiente e na melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares. “O encontro foi um ponto de partida. Acredito muito no potencial dos agricultores que buscam viver e conviver em harmonia com a natureza, que faz como meta da sua produção o seu sistema agroecológico. Dentro desse sistema todos os seus produtos são orgânicos, mas a gente não tem como provar isso. Agora é o momento, dentro do projeto de certificação, para gente conseguir certificar a origem dos nossos alimentos”, avaliou o agricultor Antonio Carlos Peixinho da Cruz.
O evento é uma atividade do Ater Biomas executado pela ARCAS, em parceria com o Governo da Bahia, através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). A certificação orgânica participativa é uma prática que precisa ser incentivada pelos governos e instituições que apoiam a agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis.


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