As experiências e as histórias de vida das agricultoras de algumas comunidades dos municípios de Heliópolis e Ribeira da Pombal fizeram parte da nossa programação virtual da última quinta-feira, 28, e serviram para ressaltar a importância do projeto Ater Mulher para nossa região. Experiência como da senhora Sandra Araújo dos Santos, que vende os alimentos da sua horta na feira. “Quero contar com o projeto para melhorar ainda mais a minha vida na minha propriedade”. No encontro, a equipe do Ater Mulher, projeto cuja realização é do Governo da Bahia, através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural/Bahiater, com execução da ARCAS, bateu um papo sobre a finalidade dessa ação, as metodologias que serão utilizadas e qual o perfil das famílias a serem beneficiadas. A Coordenadora Geral, Thaís Nascimento Meneses, lembrou que para terem acesso ao projeto as beneficiárias precisam atender alguns critérios, entre eles, possuir DAP ativa, não estarem participando de outras ações ou programas de assistência técnica do Governo da Bahia como o Bahia Produtiva, e fazerem parte de grupos produtivos ou terem aptidão para formar grupos.
Reunião Ribeira do Pombal
Pela manhã, a reunião aconteceu com as agricultoras de Ribeira do Pombal, de forma virtual, em virtude da pandemia causada pelo novo coronavírus. Inicialmente, ouvimos depoimentos sobre a rotina dessas mulheres em seus núcleos familiares, seja cuidando da casa, dos animais ao redor da casa ou da horta. Depoimento como o da senhora Eliane Jesus Ribeiro reforça o quanto o Ater Mulher surge como um diferencial na vida das mulheres do campo de nossa região. “Lugar de mulher em todo lugar, não é só na cozinha não. Se não tiver a participação da mulher as coisas não andam”.
A técnica Maria de Fátima Santana Cruz reforçou que a equipe fará o acompanhamento de 90 famílias de agricultoras por município, prestando uma assistência técnica e de extensão rural, com foco nas mulheres, tirando esse público da invisibilidade quanto ao seu papel na propriedade e na comunidade. “Nosso objetivo é trazer à tona essa força que as mulheres têm; mostrar que são elas a peça-chave que garante, não apenas a segurança alimentar e nutricional das famílias, mas também na utilização de alternativas para geração de renda em apoio ao núcleo familiar”.
Reunião Heliópolis
No início da tarde, as agricultoras de Heliópolis participaram do momento virtual com a equipe. O encontro foi iniciado pela técnica Valéria Rodrigues Souza, que falou sobre a trajetória da Arcas durante esses 25 anos de fundação, destacando a atuação da instituição em ações e projetos que garantam a convivência com a seca a exemplo do programa um milhão cisternas e os quintais produtivos. Sobre o Ater Mulher, Valéria explicou que se trata de um projeto pioneiro ao colocar a mulher como protagonista do núcleo familiar não apenas para os fazeres domésticos, mas também como responsável por complementação da renda da casa. “O Ater Mulher busca valorizar o trabalho que a mulher já faz e que muitas vezes não é percebido. Essas atividades que as mulheres desempenham no seu quintal, muitas vezes, não geram renda de forma direta, mas de forma indireta sendo essenciais para a família. O acompanhamento dessas famílias será feito com a oferta de diversas ações como cursos, oficinas, orientações e apoio a processos produtivos para que a mulher possa organizar e vender a sua produção”.
Liderança em Heliópolis, o senhor José Pereira defendeu a importância e o papel do Ater Mulher para Heliópolis. “Vamos receber esse projeto de braços abertos. É um privilégio para a comunidade de Marassanduba ser contemplado com essa ação que tem como público principal as mulheres. É uma ação pioneira e que devemos juntar esforços para garantir o seu sucesso, buscando a valorização da mulher rural”.
O Ater Mulher atuará em seis municípios do Território Semiárido Nordeste II: Banzaê, Cícero Dantas, Cipó, Heliópolis, Jeremoabo e Ribeira do Pombal, e será executado pela Arcas através de uma equipe formada exclusivamente por mulheres.
