ACONTECEU EM CICERO DANTAS, O PRIMEIRO ENCONTRO ESTADUAL DE SEMENTES CRIOULAS DA BAHIA, NOS DIAS 19 E 20 DE ABRIL DE 2016

O primeiro aconteceu na cidade de Cícero Dantas no Território Semiárido Nordeste II, com a participação de outros territórios integrantes da Asa Bahia: Sisal, Sertão do São Francisco, Bacia do Jacuípe, Sertão Produtivo, Bacia do Rio Corrente, Piemonte da Diamantina, Piemonte do Paraguaçu, Sertão de Itaparica, norte do Itapicuru, Bacia do Paramirim e Sudoeste da Bahia, contou ainda com agricultores/as familiares, comunidades quilombolas, técnicos/as, Núcleo de Agroecologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Escola Família Agrícola de Ribeira do Pombal e estudante universitários da região.

O encontro teve inicio com uma Mesa Politica que reuniu a agricultora Maria Aparecida da comunidade Quilombola Viração e Siriquinha, José dos Santos Neto, coordenador da ARCAS e membro do colegiado Territorial, Amaury Santos do Núcleo de Agroecologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Moacir Santos, presidente do Consea Bahia, Carlos Eduardo da AABA e Jerônimo Rodrigues, Secretário de Desenvolvimento Rural do Estado.

Dentre as discussões, esteve os desafios e a relevância da temática para a segurança alimentar nutricional e autonomia das famílias agricultoras. Os debates, proposições e estratégias para a política de sementes no estado de Bahia, momento que apontou desafios e perspectiva para o trabalho de resgate, conservação, produção e multiplicação de sementes crioulas.

A agricultora Maria Aparecida, colocou a importância das sementes crioulas para garantir a que a famílias compartilhem e não percam suas sementes. José dos Santos Neto aponta que o território é o segundo maior território Semiárido Nordeste II e este fator aponta por uma capacidade de produção de sementes, aponta ainda a necessidade de reconhecer essas sementes e diferencia-las das demais. Está fala, é reflexo da produção agrícola no território Semiárido Nordeste II, visto ser um grande produtor de grãos patrocinado pelo agronegócio com uso intensivo de agrotóxicos, sementes híbridas e transgênicas. Porém, em contra posição, vem surgindo uma crescente afirmação e valorização dos conhecimentos e saberes tradicionais na convivência com o semiárido. As práticas de estocagem e multiplicação de sementes crioulas, os resgates dos mutirões e práticas solidárias de trabalho coletivo, captação e uso da água para produção e consumo, as feiras agroecológicas, feiras locais e as trocas entre agricultores/as, demonstram uma nova agricultura em contraposição ao agronegócio. O conjunto dessas iniciativas tem grande protagonismo da sociedade civil organizada na conservação da agrobiodiversidade local

O encontro também permitiu a partilha de experiências na metodologia de carrossel onde a agricultores/as apresentaram para os participantes do Encontro suas experiências sobre, Sementes Animal, Gestão das Casas de Sementes e a produção de alimentos em meio os desafios e ameaças dos Transgênicos e agrotóxicos no território semiárido Nordeste II.

O encontro também realizou um Ato de anuncio e denuncia na município de Paripiranga, com a participação de 250 pessoas, com o objetivo de alerta a população quanto a contaminação das pessoas e do ambiente, a venda sem o respeito as normas jurídicas ameaçando a vida dos/as trabalhadoras rurais e contaminado os alimentos que chegam a mesa das pessoas do campo e da cidade, alerta apara os créditos subsidiados que fortalece o pacote tecnológico, questão que ameaça a agrobiodiversidade e a vida das pessoas. Com essa pauta foi realizada caminhada denunciando esses abusos, passando por Lojas revendedoras de agrotóxicos e insumos agrícolas, prefeitura, Ministério Público, Fórum, Prefeitura e Banco do Brasil. No momento foram feitas falas de denuncia e anuncio de novas forma de produzir com os sistemas agroecológicos, apresentação teatral educandos/as da Escola famílias Agrícola de Ribeira do Pombal.

Resultado deste ato, ficou agendado reunião com a gerencia do Banco do Brasil do município reunião com representantes do Território para discutir linhas de créditos que fortaleçam uma agricultora sustentável que gere vida e não a morte no semiárido.

Como resultados do I Encontro Estadual de Sementes da Bahia, a ASA e os demais participantes apontam como forma de fortalecimento da produção de sementes crioulas pelos próprios agricultores/as de forma a promover autonomia e vida digna as famílias agricultoras.

Soberania Alimentar dos Povos, pela Agroecologia, pela Convivência com o Semiárido, pelas Sementes como Patrimônio da Humanidade, por um Semiárido Vivo e Justo e Solidário!

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