O Centro de Comercialização de Produtos Típicos do município de Cícero Dantas, na Bahia, sediou, no último dia 07 de outubro, a III Feira Territorial da Agricultura Familiar do Semiárido Nordeste II. O evento trouxe como tema central a “Inovação e Sustentabilidade: Cultura, alimento e saúde” e foi organizado pela Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (ARCAS) com diversas parcerias e apoiadores.
A feira teve como objetivo promover a valorização e o fortalecimento da agricultura familiar na região, mostrando experiências e incentivando práticas sustentáveis e inovadoras para o setor. Durante o evento, os visitantes puderam participar de diversas atividades, como roda de conversa, exposições, degustações e adquirir diversos produtos de empreendimentos da agricultura familiar de 18 municípios baianos.
Mais de 170 famílias agricultoras, acompanhadas pela ARCAS, expuseram e comercializaram a produção na Feira, apresentando a diversidade e riqueza de seus produtos que foram desde de alimentos agroecológicos, sobremesas de frutos da Caatinga a artesanatos e animais.
A III Feira Territorial da Agricultura Familiar foi considerada um sucesso pelos organizadores e participantes, pois proporcionou um espaço de troca de conhecimentos, incentivo à produção sustentável e valorização dos produtores/as familiares da região, atraindo um público estimado em mais de 2.000 (duas mil) pessoas. A iniciativa colabora para o fortalecimento da agricultura familiar, que desempenha um papel crucial na segurança alimentar e no desenvolvimento rural das comunidades. Segundo o presidente da ARCAS, José dos Santos Neto, conhecido como Zé Pequeno, o resultado do evento foi bastante positivo para os participantes e para a economia local. “Foi uma oportunidade única para os agricultores/as mostrarem a qualidade e diversidade dos seus produtos para os consumidores locais e também para visitantes de outras partes do estado. A III Feira Territorial da Agricultura Familiar em Cícero Dantas foi um verdadeiro sucesso e tenho certeza de que deixou um legado importante para todos. Através dela, pudemos fortalecer a agricultura familiar, valorizar a cultura local e promover o desenvolvimento sustentável em nossa região. Estou orgulhoso de fazer parte desse evento e espero que mais feiras como essa possam ser realizadas”.
O evento também teve uma programação cultural, com apresentações de diversos municípios, entre rodas quilombolas, poesia, zabumba e rituais dos povos indígenas, valorizando a cultura local e promovendo um grande encontro entre os Quilombos de Terra da Lua, Maria Preta e Baixão dos Negros de Banzaê; Samba de Côco do Quilombo Viração de Jeremoabo e apresentação cultural do Quilombo da Serradinha, do município de Fátima, além do grupo de Zabumba da Comunidade Alexandrino de Ribeira do Pombal. A programação contou ainda com o voz violão de Pedro Son e Paulinho Jequié.
Durante a realização da III Feira, foram realizados dois momentos importantes de falas, reunindo representações de órgãos estaduais, políticas e comunitárias. A primeira mesa trouxe como tema Inovação e Sustentabilidade: cultura, alimento e saúde. Participaram deste momento, o Presidente da ARCAS, José dos Santos Neto; o Prefeito de Cícero Dantas, Ricardo Almeida; Deputada estadual Fátima Nunes; Naidison de Quintela Baptista, da ASA BAHIA; Marineide Patrício e Rosalvo Peixinho, representantes dos agricultores familiares; Cícero Félix, da Coordenação da ASA Nacional e do Programa Cisternas; Tiago Pereira, do Programa Bahia Sem Fome; o Superintendente da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural – BAHIATER, Lanns Almeida; o Secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Osni Cardoso o superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário da Bahia, Tita Ferreira, e o representante do Sebrae, Edimar Araujo.
Já a segunda mesa teve como tema o lançamento da marca “Mãos na Terra” e o flocão de milho crioulo, livre de agrotóxicos e de transgênicos, com a participação da coordenadora de projetos da ARCAS, Adriana Sá; Marcos Ureilton, membro do Colegiado Territorial Semiárido Nordeste II; a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres da Bahia, Elisangela dos Santos Araújo; a agricultura Maria Aparecida da Viração e José dos Santos Neto. Na oportunidade, Adriana Sá destacou que “o lançamento do flocão de milho crioulo representa um símbolo de resistência, uma forma de valorizar e resgatar a cultura e a biodiversidade presentes nas variedades de milhos Crioulos. Não estamos lançando apenas um Flocão de Milho Crioulo livre de Transgênicos e Agrotóxicos; é a valorização da agricultura familiar, dos guardiões e guardiãs das sementes e da produção local, promovendo a sustentabilidade e a geração de renda nas comunidades envolvidas. O lançamento do flocão de milho crioulo é um importante passo nessa direção, mostrando que é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental e resgate cultural”.
Ainda durante a programação foi realizado o encerramento do projeto Ater Mulher, que foi executado pela ARCAS e financiado pelo Governo da Bahia, através da SDR/Bahiater, beneficiando 540 famílias agricultoras de seis municípios; e do projeto e Água de beber, que beneficiou 150 famílias em três municípios: Pedro Alexandre, Novo Triunfo e Nova Soure. Ainda contamos com a participação de Agnaldo Rocha, da Campanha Tenho Sede, e Dona Têta, beneficiária da Campanha. Para ela, a conquista da cisterna significa “tirar a lata d’água da cabeça e beber água de qualidade. “Hoje vou para roça tranquila porque sei que tenho água no pé de casa. Antes tinha que buscar água distante nos tanques de chão”.
O encerramento ficou por conta dos shows musicais de Baixinhos do Forró e Marquinhos Vila Nova.
A Feira foi uma realização da ARCAS, em parceria com o Governo da Bahia, Sebrae, Colegiado do Território Semiárido Nordeste II, ASA Bahia, AECFARCIDA e contou com o apoio das Prefeituras Municipais de Adustina, Antas, Banzaê, Cícero Dantas, Cipó, Euclides da Cunha, Fátima, Heliópolis, Jeremoabo, Novo Triunfo, Paripiranga, Pedro Alexandre, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal, Santa Brígida e Sítio do Quinto.
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